domingo, 22 de fevereiro de 2009

MILK - A VOZ DA IGUALDADE


Fato: Gus Van Sant conseguiu mais uma vez me surpreender. Depois de me deixar sem palavras com o excelente "Elefante" de 2003, o diretor nos brinda com mais uma obra arrasadora. Essa biografia de Harvey Milk, primeiro político assumidamente gay a ocupar um cargo político na São Francisco dos anos 70, é uma aula de como se deve dirigir um longa metragem. Muitos relacionam a força do filme à atuação do sempre excelente Sean Penn, mas verdade seja dita: tudo no filme está brilhantemente colocado, seja o roteiro de Dustin Lance Black, ou a fotografia de Harris Savides, a trilha de Danny Elfman e claro a direção impecável de Van Sant. Os coadjuvantes também estão brilhantes, como Emile Hirsh (brilhantemente afetado), James Franco está levemente sutil. Mas o maior destaque entre os coadjuvantes vai para Josh Brolin, no papel do perturbado conselheiro Dan White, ele nos entrega uma atuação discreta mas eficiente. Chegando ao final do filme percebemos como o personagem foi bem defendido por Penn e como Van Sant soube fazer o filme emocionar sem se tornar piegas. O filme possui muitas cenas excepcionais, como o discurso no dia da Liberdade Gay em São Francisco. Nessa cena com apenas o olhar Penn consegue transmitir a força e ao mesmo tempo o medo de Harvey em levar um tiro. O tom documental do filme é algo que bastante me agrada, pois passa um certo tom de realismo ao filme deixando o espectador mais próximo dos fatos relatados. O resultado ao final do longa é uma sensação maravilhosa de ter visto uma bela história retratada magistralmente por todos os envolvidos e o prazer de ter assistido um dos melhores filmes de 2008. Indicado a 8 prêmios da Academia, "Milk- A Voz da Igualdade" merece ganhar qualquer um dos prêmios a que concorre.

Nota: 9,0

Por: Kadú Carvalho

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